O papel da “identificação” no dispositivo retórico: uma reflexão teórica
Contenido principal del artículo
Resumen
A dimensão persuasiva da retórica não nos deve levar a crer que a persuasão é o seu único e exclusivo meio. Na verdade, o processo retórico requer um estágio intermediário: a “identificação”. Em retórica, o termo identificação se refere à diversidade de meios simbólicos pelos quais um orador estabelece (isto é, cria e desenvolve) um sentido partilhado de interesses, atitudes e valores. O presente artigo define as quatro principais formas retóricas desse fenômeno e estabelece a etapa da “identificação” no dispositivo retórico. Num segundo momento, o conceito é descrito e discutido dentro de duas teorias distintas: na “trajetória das paixões”, proposta por Figueiredo (2020), e no âmbito de uma “retórica afetiva”, tal como apresentada por Mateus (2020).
Descargas
Detalles del artículo

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Las obras se dan a conocer en la edición electrónica de la revista bajo una licencia Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional. Se pueden copiar, usar, difundir, transmitir y exponer públicamente, siempre que i) se citen la autoría y la fuente original de su publicación (revista, editorial y URL de la obra); ii) no se utilicen para fines comerciales; y iii) se mencione la existencia y especificaciones de esta licencia de uso.
Citas
Amossy, R. (2011). Argumentação e Análise do Discurso: perspectivas teóricas e recortes disciplinares. Tradução de Eduardo Lopes Piris e Moisés Olímpio Ferreira. EID&A – Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação, n.1, p. 129-144, 2011.
Aristóteles (1998), Retórica. Introdução de Manuel Alexandre Junior. Tradução do grego e notas de Manuel Alexandre Junior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. Lisboa: INCM, 1998. ISBN 9722709097. 2a. edição, revista: 2005. ISBN 9722713779.
Burke, K.(1931) Counter-statement. New York: Prentice Hall-
Burke, K. (1950) A rhetoric of motives. New York: Prentice Hall.
Crable, B. (2006). Rhetoric, anxiety, and character Armor: Burke's interactional rhetoric of identity. Western Journal of Communication, v. 70, n. 1, p. 1-22. DOI:10.1080/10570310500305570
Damásio, A. (1995). O erro de Descartes. 15. ed. Mem Martins: Publicações Europa-América.
Figueiredo, M. F. (2020). Ampliação e aplicabilidade analítica da “trajetória das paixões”. In: FIGUEIREDO, M. F.; GOMES, A. M.; FERRAZ, L. (org.). Trajetória das paixões: uma retórica da alma. Franca: Unifran, p. 29-55.
Mateus, S. (2013). As comunidades ópticas – uma análise das redes sociais digitais a partir do seu regime óptico. Contemporânea – revista de comunicação e cultura, v. 11, n. 1, p. 149-160.
Mateus, S. (2018). Introdução à retórica no séc. XXI. Covilhã: Livros Labcom.
Mateus, S. (2018a). Affective rhetoric – what is it and why it matters. In: Clark, Carlton and Zhang, Lei (ed.). Affect, emotion, and rhetorical persuasion in mass communication. London: Routledge, p. 69-80.
Mateus, S. (2019) Formas emotivas do discurso persuasivo. Media&Jornalismo, v. 18, n. 34, Publicidade: teorias, métodos e práticas, p. 127-141. https://doi.org/10.14195/2183-5462_34_9
Mateus, S. (2020) Retórica afectiva – subsídios para a compreensão da natureza do pathos, Cadernos SOPCOM, n. 1, Disponível em: http://www.sopcom.pt/ficheiros/CadernosSOPCOM.01.Retórica.pdf.
Mateus, S. (ed.). (2021). Media rhetoric: how advertising and digital media persuade us. Cambridge: Cambridge Scholars Publishing.
Miceli M.; Rosis, F. de; Poggi, I. (2011). Emotion in persuasion from a persuader’s perspective: a true marriage between cognition and affect. In: PETTA, P. et al. (ed.). Emotion-oriented systems: the humaine handbook Heildelberg, Spring-Verlag. p. 527-558.
Micheli R. (2010). L’émotion augmentée: l’abolition de la peine de mort dans le débat parlementaire français. Paris: Cerf, 2010.
Mosca, L. L. S. (2004). A teoria perelmaniana e a questão da afetividade. In: Oliveira, E. C. (org.). Chaim Perelman: direito, retórica e teoria da argumentação. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2004.
Iser, W. (1979). The implied reader: patterns of communication in prose fiction from Bunyan to Beckett. Baltimore: Johns Hopkins University Press.
Perelman, C.; Olbrechsts-Tyteca, L. (1996). Tratado da argumentação. São Paulo: Martins Fontes.
Plantin, C. (2008). A Argumentação: história, teorias, perspectivas. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial.
Plantin, C. (2010). As razões das emoções. Tradução de Emília Mendes. In: Mendes, E.; Machado, I. L. (org.). As emoções no discurso. v. II. Campinas: Mercado de Letras. p. 57-80.
Walton, D. (1992). The place of emotion in argument. Pennsylvania State University Press.