Percepção ou persuasão: análise retórica das prépersuasões
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Resumo
A proposta do presente artigo é explicitar o papel da persuasão e do que chamou-se aqui de pré-persuasão na percepção de mundo e de nós mesmos e nas reflexões filosóficas em geral, procurando mostrar que por mais originárias que se tenha querido considerar, ao longo dos séculos, as perguntas fundamentais em torno do sentido último das coisas, como: “o que é o ser?”, “o que é o bem?”, ou, “o que é a verdade ou o belo?”, ou ainda, “quem somos nós?”, sempre há previamente persuasões de fundo que, uma vez explicitadas pelo método da análise retórica, relativizam não apenas as eventuais respostas, mas o próprio questionar em si mesmo. O que revela, por sua vez, a anterioridade da persuasão sobre a percepção e a retórica inconfessa dos discursos. A contribuição do presente estudo é evitar a ingenuidade do objetivismo e da metafísica, da pretensão de ultima verba e de impedir a ilusão da fala definitiva, visto, por Perelman, como uma forma pseudo laica de revelação. A única sacralidade admitida e que, portanto, nos pré-persuade é, no dizer perelmaniano, a do diálogo sem fim.
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