Mikhail Bakhtin e Retórica: um diálogo possível e produtivo
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Resumen
Neste artigo propomos o diálogo entre a antiga retórica, de base aristotélica, e a concepção de discurso tal como desenvolvida por Mikhail Bakhtin e o Círculo, partindo da constatação de que a primeira ressoa na segunda em diferentes pontos e de diferentes maneiras: explícita ou implicitamente, com uma apreciação valorativa mais ou menos positiva. Consideramos que o esclarecimento dessa questão pode contribuir para uma análise mais efetiva do que se tem entendido como discurso argumentativo e ainda para uma análise e/ou entendimento da própria argumentação. Na realidade, acreditamos que as críticas à retórica encontradas na obra bakhtiniana podem auxiliar na compreensão tanto dos modos de construção e funcionamento do discurso, como dos modos como os efeitos de sentido, sempre valorativos, são produzidos. Consequentemente, auxiliam-nos também no ensino da produção discursiva/textual, um dos fundamentos da cidadania democrática. Inicialmente, observamos o diálogo entre esses aportes teóricos, em termos de coerência, complementaridade e aproximações. A seguir, apresentamos breve análise das ressonâncias dialógicas do discurso jurídico em páginas do Correio Braziliense e da Folha de S. Paulo, jornais brasileiros citados argumentativamente num processo judicial anteriormente analisado. Conforme ensinamentos retóricos e bakhtinianos, comprovamos como a forma pode ser “uma avaliação convincente do conteúdo”, na medida em que as entonações valorativas presentes nos textos midiáticos mostram-nos os posicionamentos axiológicos assumidos por esses veículos de comunicação em relação ao delito e a seu julgamento. Além disso, a análise esclarece a tendência a um possível efeito de sentido monológico no “jornalismo e seus gêneros como retórica moderna”.
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